Os discursos de Cavaco estão cada vez piores, o populismo é de tal ordem que gera uma dor de cabeça com especial foco ali pelo neo-córtex, lá pelas zonas do pensamento racional e crítico... Numa tentativa de decapitar o processo democrático, diz o candidato [1]:
«[...] [A]nunciou que não terá outdoors e que a despesa total da sua campanha não vai ultrapassar metade do valor permitido por lei (ou seja, rondará 2,09 milhões de euros, segundo a Lusa) [...] “Sei que isso me pode prejudicar face aos outros candidatos”, assumiu Cavaco [...]»
Claro que esta é apenas mais uma fantochada do homem do leme [2] :
«[...] A candidatura de Manuel Alegre garante que vai gastar apenas um milhão e 600 mil euros na campanha para as eleições presidenciais, um valor que é inferior em cerca de 500 mil euros ao limite imposto por Cavaco Silva [...]
Duarte Cordeiro [o director da candidatura de Manuel Alegre] garante que a candidatura não ultrapassará gastos no valor de 1 600 000 euros, um valor inferior ao de Cavaco Silva. "Nós não temos os donativos milionários do professor Cavaco Silva, que na última campanha conseguiu dois milhões de euros em contribuições de banqueiros e empresários", dispara. [...]»
Então? Faltou falar nos donativos no discurso, não foi senhor presidente? A memória já não dá para tudo, compreende-se... Além do mais nunca se sabe quando caem do céu mais valias milagrosas.
E como se isto não bastasse, o Jumento fez mais umas contas :
«[...] [S]erá que o mesmo Cavaco que passou a imagem de ruralismo poupado na apresentação da sua candidatura também foi poupadinho com os dinheiros dos contribuintes? [...] No primeiro ano sobe a despesa, no segundo ano de mandato Cavaco descansou, para em 2008 e 2009 retomou os aumentos da despesa. [...] Entre 2004 (Jorge Sampaio) e 2009 (Cavaco Silva) a despesa da Presidência da República aumentou 28,7%! Todo este aumento para que Cavaco agora exiba como grande obra os avisos, os roteiros e os passeios municipais. [...]
Para Cavaco a campanha tem duas fases, o mandato durante o qual fez campanha em favor de si próprio e a chatice da campanha eleitoral em que tem que aturar a concorrência. Depois de cinco anos de campanha pessoal com financiada pelo dinheiro dos contribuintes achou que deveria limitar ao mínimo a campanha eleitoral, condicionando as despesas dos outros candidatos. [...]
É ridículo ver Cavaco Silva usar este tipo de argumentação quando se sabe que os contribuintes enterraram mais de quatro mil milhõs de euros no banco dos cavaquistas, onde muitos dos seus ex-companheiros enriqueceram e onde ele próprio obteve lucros absurdos num negócio de acções muito estranho.»
Pub. Ricardo Schiappa, Esquerda Republicana.
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