terça-feira, 31 de maio de 2011

Bê-á-bá da Precariedade


Portugal tem uma das médias salariais mais baixas da zona Euro (mais de 1 milhão e 300 mil trabalhadores vivem com menos de 600 € de salário e perto de 2 milhões de reformados têm pensões médias de 369 € ), e é um dos países com mais injusta distribuição de riqueza. Em Portugal a taxa de desemprego é a quarta maior da Europa a 27: cerca de 1 milhão de desempregados. Segundo dados do Eurostat, a taxa de desemprego é de 12,6%. Apenas inferior à Espanha, Irlanda e Eslováquia e muito acima da média da UE  (9,4%). Nos jovens até aos 25 anos é de 27,4%. Portugal é ainda um dos países com maior precariedade laboral (1 em cada 4 trabalhadores têm contrato precário. São aproximadamente 843 mil nesta situação). No dia 5 de Junho os defensores das medidas de austeridade irão votar a redução dos teus direitos e dos teus rendimentos. Não podes ficar em casa. É preciso dar força aos que lutam pelos teus interesses. O Bloco de Esquerda traz mais justiça à economia.  

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ministro avisa que a Irlanda pode precisar de nova ajuda externa



"Eu penso que só muito dificilmente nós conseguiremos regressar ao mercado no próximo ano [como está previsto nos acordos com os credores]. Demorará mais tempo. 2013 é uma hipótese, mas quem sabe...", afirmou o ministro dos Transportes, Leo Varadkar. "Uma extensão do actual programa de apoio ou novos empréstimos é o que está na cabeça das pessoas", defendeu ainda o governante. (Fonte: Público).

"Debtocracy" (legendado em português)


Dada a sua relevância para a compreensão da crise grega (e não só), voltamos a divulgar este excelente documentário, agora legendado em português.
  

"Não estamos condenados a ser o povo das barracas com um submarino estacionado à porta"

Frei Fernando Ventura. Um depoimento prestado à Plataforma Global Contra a Fome . Absolutamente inteligente e esclarecedor.

Almerindo Marques foi presidente das Estradas de Portugal desde Novembro de 2007. Renunciou ao cargo em Março de 2011. Afirmou na ocasião que no essencial o trabalho estava feito.  

Dois meses depois, o Tribunal de Contas realizou uma auditoria à renegociação de dívida efectuada entre as Estradas de Portugal e as concessionárias das SCUT`s. As conclusões revelam o seguinte:
  • A dívida do Estado às concessionárias passou de 178 milhões para mais de 10.000 milhões de euros;
  • A Ascendi (liderada pela Mota-Engil e pelo Grupo Espírito Santo) garantiu mais 5.400 milhões de euros em rendas, que não dependem do número de carros em circulação;
  • A Euroscut (liderada pela Ferrovia) garantiu mais 1.186 milhões de euros em rendas;
  • Em 2011, o Estado recebe 250 milhões de euros em portagens e paga 650 milhões em rendas, com um prejuízo de 400 milhões de euros (62% do valor das rendas, 160% do valor das portagens).

Almerindo Marques será o próximo presidente da Opway, a construtora do Grupo Espírito Santo. 

domingo, 29 de maio de 2011



Eleições legislativas 2011 (Sondagem Eurocaracol)

Dada a partida, devagar, devagarinho, os caracóis começaram a escalada. O caracol Troikinhas à frente, seguido de perto pelo caracol Trokatintas. A meio da prova, no entanto,  destacou-se o caracol dos votos brancos e nulos. Mais prognósticos só mesmo no final do jogo. 

sábado, 28 de maio de 2011


A ministra do trabalho, Helena André, em entrevista à LUSA, garantiu que o memorando assinado pelo governo "irá aumentar a protecção laboral", especialmente nas novas regras do subsídio de desemprego.

Será assim? Claro que não. Aproveitámos por isso o mote de Helena André para analisar o que ficou de facto acordado no domínio do trabalho e do emprego (confirme: pág. 20 a 24 do Memorando):

1 | Quanto às prestações de desemprego
Irá ser reduzida a duração máxima do subsídio de desemprego para "não mais do que 18 meses". Os subsídios de desemprego serão limitados a 2.5 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS). Após os primeiros 6 meses a prestação de desemprego começará a reduzir progressivamente até ao 18.º mês.

2 | Quanto à legislação de protecção no emprego:
O governo compromete-se a apresentar, até ao final de Julho de 2011, alterções às regras da cessação dos contratos de trabalho, no sentido de reduzir as indemnizações de 30 para 10 dias por ano de antiguidade, com um limite máximo de 12 meses nos contratos sem termo (trabalhadortes com vínculo "definitivo"). O governo irá elaborar, até ao 4.º trimestre de 2011, uma proposta de reforma do regime dos despedimentos individuais com justa causa previstos no código do trabalho.  Será "flexibilizado" o regime dos despedimentos individuais por inadaptação, podendo ser incerida nova cláusula justificativa de despedimento para os casos em que o trabalhador tenha acordado com o empregador cumprir determinados objectivos e não os tenha conseguido atingir. Será alterado o regime do despedimento por extinção do posto de trabalho, que será muito mais facilitado.

3 | Quanto ao regime  da duração do trabalho
O governo compromete-se a preparar um "plano de acção para promover a flexibilidade dos tempos de trabalho", incluindo o "banco de horas" (que consiste na substituição do vencimento por tempo de descanso), cuja implementação ficará sujeita apenas a acordo empregador - trabalhador, negociado ao nível da empresa. Será revista a retribuição da prestação de trabalho suplementar para um máximo de 50% (dos actuais 50% para a primeira hora, 75% para as horas seguintes e 100% para feriados e descanso semanal). 

4 | Quanto à fixação dos salários
Durante a duração do programa, qualquer aumento do salário mínimo só terá lugar "se justificado pela evolução económica e do mercado de trabalho, e´pós acordo no quadro da revisão do programa". Não haverá, portanto, quaisquer aumentos salariais que compensem a perda (enorme) do poder de compra dos trabalhadores nos próximos anos. Os "ajustamentos" salariais far-se-ão apenas "de acordo com a produtividade ao nível das empresas".

A mentira é tão somente uma verdade que se esqueceu de acontecer (Mário Quintana). 

Um exêmplo: Joaquim Mariano, 28 anos, é desempregado. Já trabalhou em telemarketing e no comércio para pagar a universidade, mas teve que colocar os estudos em segundo plano porque a prioridade tem sido sobreviver.


“O Bloco de Esquerda nunca apresentou alternativas tão realistas”

sexta-feira, 27 de maio de 2011


Este Mânfio. Vozes: João, Clara, Diana e Pedro. Banjo: João. Guitarra: Pdro. Álbum: A rocha grande o atalho (2009).

O poder eleitoral da Direita



Eis como Ricardo Schiappa (Esquerda Republicana) analisa a opção eleitoral à Direita, algo que podemos sem dificuldade aplicar no contexto actual: 

"Ao longo da História a Direita tem comandado os destinos da humanidade; durante séculos fazendo uso de totalitarismos e opressão baseada no uso da força. Mas, no último século, um pouco por todo o mundo, as democracias têm vingado e crescido. Contudo, estranhamente, num contexto democrático, a Direita continua a manter um forte poder, desta vez eleitoral. Fazendo um bypass da desconstrução das opções políticas de Direita, já exaustivamente deitadas por terra neste blog, pergunto-me: qual a razão de ser do poder eleitoral da Direita?". Ler mais ...

24/05/11: Entrevista a Eduardo Galeano

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quarta-feira, 25 de maio de 2011


Em contraponto com o programa de privatizações do PSD, Sócrates defendeu mais uma vez nos Açores a CGD pública: «Nós não precisamos de privatizar a Caixa Geral de Depósitos, porque isso é uma aventura que pode pôr em causa a solidez e a segurança do nosso sistema financeiro."
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José Sócrates jogou com as palavras mais uma vez. No memorando de entendimento que assinou com a troika, não só se comprometeu vender todo o ramo segurador, como as subsidiárias "non core" (não essenciais) do banco e, no caso de ser preciso, reduzir a sua actividade no estrangeiro. (consulte: Memorando, pág. 8, Capítulo 2.5).
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Francis Bacon disse um dia que o que faz mal não é a mentira que passa pela mente, mas a que nela mergulha e se firma. Mas a mentira só dura enquanto a verdade não chega.  

Ajuda financeira ou empréstimo usurário?

Portugal irá receber 1,75 mil milhões de euros a 31 de Maio da Comissão Europeia, no âmbito da ajuda internacional, devendo pagar uma taxa de 5,68% por esta tranche, revelou hoje uma fonte comunitária.
  
A mesma fonte explicou que além de a taxa de juro de 3,53% subjacente à emissão de 4,75 mil milhões de euros (1,75 mil milhões de euros destinados a Portugal e 3 mil milhões de euros reservados para a Irlanda) efectuada via Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), "Portugal pagará mais 2% de 'spread', ou "penalização", e mais 0,15% para gastos administrativos, num total de 5,68%."

Para o efeito a Comissão Europeia colocou no mercado 4,75 mil milhões de euros em obrigações para financiar estes empréstimos. Estas obrigações vencem a 04 de Junho de 2021, a uma taxa de juro de apenas 3,5%. A maior parte dos investidores nesta emissão são europeus - em especial da França (22%), Alemanha (15%) e Reino Unido (15%) - bem como da Ásia (25%), e dentre estes destacam as sociedades de gestão de activos (27%), os bancos centrais (23%), os investidores de seguros de pensões (23%) e os bancos (20%).
Fonte: Destak.

Renegociar a dívida porquê?



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"Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la" (Goethe)


"Cá entre nós, a servidão, de preferência sorridente, é pois inevitável. Mas não o devemos reconhecer. Quem não pode fugir a ter escravos, não valerá mais que os chame homens livres? Por princípio, em primeiro lugar, e depois para os não desesperar. É-lhes bem devida esta compensação, não acha? Deste modo eles continuarão a sorrir e nós manter-nos-emos de consciência tranquila. Sem o que, seríamos forçados a voltar-nos para nós mesmos, ficaríamos loucos de dor, ou até modestos, tudo é de temer." 
Albert Camus, "A Queda".

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"Sócrates muito bom para estranja!"


"Seguem Sócrates para todo o lado, de norte a sul do País, em autocarros pagos pelo PS. Depois são usados para compor os comícios, agitar bandeiras, e puxar pelo partido, apesar de muitos deles não perceberem uma palavra de português e não poderem votar. Em troca têm refeições grátis.

Trata-se de imigrantes provenientes da Índia e Paquistão, trabalhadores nas lojas do Martim Moniz, Lisboa, e na construção civil. Estiveram com José Sócrates em Beja, Coimbra e no comício de ontem em Évora, onde deram nas vistas ao exibir os seus turbantes. Até à porta da RTP, no dia do debate com Passos Coelho, realizado na sexta-feira, estiveram de bandeiras em punho." (Fonte: Correio da Manhã ). O mesmo  aqui (TVI24).
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É triste. Muito triste.
Há limiares mínimos de decência e de dignidade cuja superação deveriam fazer-nos a todos corar de vergonha. São os valores éticos que orientam toda a acção política. Não podemos deixá-los ficar à porta. Não pode valer tudo.

Filipe Cruz, 33 anos, é agricultor. Ele e a sua mulher são os últimos jovens da aldeia de Covas do Monte, São Pedro do Sul.

Mudar de Futuro.


Arrancou ontem oficialmente a campanha eleitoral do Bloco. No almoço-comício realizado no Pavilhão Atlantico, em Lisboa, o coordenador nacional, Francisco Louçã, afirmou que renegociar a dívida significa sobretudo sensatez e prudência, lembrando as projecções do Banco de Portugal que anunciam a maior crise de sempre: “Como nós, as pessoas sabem que proteger juros agiotas é atacar os salários, os reformados, os precários, é a destruição do país”. Louçã anunciou que o governo já assegurou um suplemento de mais 10 mil milhões de euros aos concessionários da SCUTs, citando um relatório que o Tribunal de Contas está a preparar, que refere que o negócio das portagens nas SCUTs foi um “negócio ruinoso”. A luta do Bloco chama-se “justiça” e vai ser ouvida “todos os dias e por todo o lado, entre todos os que querem salvar a economia, em nome do emprego, do Estado social, da educação e da saúde”. “Falamos para toda a esquerda porque toda a esquerda, grande como sempre, chama-se justiça”.

Abertura da campanha: vídeo e fotogaleria da iniciativa.

domingo, 22 de maio de 2011

Yes we camp!



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‘Não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir!’ 
Acampada, Rossio.

Puerta del Sol, Rossio, seja onde for...

Em exibição num cinema perto de si


"Debtocracy" ("Dívidocracia") é um documentário sobre a crise da dívida grega, concebido pelos jornalistas gregos Katerina Kitidi e Aris Hatzistefanou. Rodado com dinheiro próprio e com donativos de alguns amigos, "Debtocracy" procura as causas/responsáveis pela crescente dívida pública na Grécia e propõe soluções distintas das que têm sido impostas ao povo grego pelo Governo, pela UE e pelo FMI.

Na próxima segunda-feira, dia 23, o Bloco promove a exibição do filme, com legendagem em português, no Cinema S. Jorge, em Lisboa, às 21h30. A entrada é livre.

Bloco apresenta “Manifesto da Emigração”


Cristina Semblano, economista, emigrada em França e cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral da Europa apresentou em Lisboa o “Manifesto da Emigração”, em conjunto com Cecília Honório, responsável pelos assuntos de emigração no grupo parlamentar do Bloco. Ver aqui.

(cartaz de campanha do PS, recentemente colocado)
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Sempre que vires um cartaz destes lembra-te que há uma enorme diferença entre o que ele diz e o que faz. Não te deixes enganar. 

sábado, 21 de maio de 2011

Retratos da vida nos tempos de antena do Bloco


"Retratos das gerações à rasca" passa no início de cada tempo de antena do Bloco. A série dá protagonismo às gerações que estão a ser sacrificadas pelas políticas dos que nos trouxeram a esta crise.

sexta-feira, 20 de maio de 2011



Neste momento milhares de jovens espanhóis continuam acampados na praça Puerta del Sol, em Madrid, pelo sexto dia consecutivo, em protestos contra o desemprego e a política económica do governo espanhol (em directo aqui). Vários protestos foram registados em Barcelona, Valência e outras cidades. 

As manifestações que foram organizadas principalmente pelas redes sociais, estão  proibidas para o próximo sábado, por decisão da comissão eleitoral do país. A justificação é que é o "dia de reflexão" que antecede a votação de domingo. 

Os manifestantes, na sua esmagadora maioria jovens, protestam contra a taxa de desemprego (de 21%, a maior na zona do euro, que atinge cerca de 4,9 milhões de pessoas. Entre os jovens, a taxa é de 42%) e os contratos de trabalho (em regra temporários) que lhes são oferecidos.

Manifestação de solidariedade com Puerta del Sol

Várias dezenas de pessoas pernoitaram esta noite na Av. da Liberdade, em Lisboa.  Esta iniciativa não visa apenas expressar solidariedade para com os manifestantes espanhóis, como também reivindicar uma alternativa às políticas de austeridade que têm empurrado vários países para uma verdadeira bancarrota económica e social.  Ler mais ...


Francisco Louçã vs. Paulo Portas

Nouriel Roubini: mudem para o plano B, ou seja, a reestruturação da dívida



Nouriel Roubini, o polémico professor da Universidade de Nova Iorque que esteve recentemente em Portugal, e o historiador Stephen Mihm, da Universidade da Geórgia, na coluna de hoje do Todayonline, intitulada "On a loan and a prayer", juntam-se ao clube de académicos que insistem que a atual estratégia da União Europeia para lidar com as crises de dívida está condenada ao fracasso, deixando pelo meio situações dramáticas nos países em "resgate" (Fonte: Expressonline). Ler mais ...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Retratos das gerações à rasca


Um ensino superior para todos Propostas do Bloco para a Educação: Ler mais ...

Comício | Concerto contra a precariedade

Hoje, às 21.30h, no Jardim de S. Pedro de Alcântara, o Bloco irá realizar um comício-concerto contra a precariedade, o principal problema da vida das pessoas. Será animado pela banda UXU KALHOS, e terá as intervenções dos jovens Bruno Cabral (activistas dos Intermitentes do Espectáculo), de Catarina Príncipe (activista dos Precários Inflexíveis), de Isabel Pires, (da Coordenadora de Estudantes e da Mesa Nacional do BE) e de Francisco Louçã (Coordenador Nacional).

As propostas do Bloco estão a fazer o seu caminho. Estamos a demonstrar que é possível a renegociação da dívida. Contra a política do inevitável. Vamos juntos mudar de futuro!

Do debate com Francisco Louçã


"Não sei quem são os conselheiros políticos de Pedro Passos Coelho (alguns devem ser os génios que  sabiam tudo em 2009),  mas não os queria nem para porteiros da Sonae. Ele faz o que pode e fá-lo com dignidade. 
O penteado mudou claramente. Deixou o cabelinho à  menino da Avenida de Roma dos anos  80 e adoptou um vincado risco lateral. Resultou bem (ninguém gosta que lhe vendam aspiradores com o ar de quem passou por um), mas terminou aí o trabalho sério. Depois chegaram os conselheiros." Ler mais ...
Filipe Nunes Vicente, METAPOLÍTICA (VII)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vejamos pois o resultado:

Esta semana no irmaolucia... pentelhos!


Francisco Louçã vs. Passos Coelho


Francisco Louçã, à TVI  no final do debate de ontem. 

terça-feira, 17 de maio de 2011

Há alternativas na Justiça



Do Compromisso eleitoral do Bloco na área da Justiça, além do combate à corrupção e ao enriquecimento ilícito, destaca-se a criação da figura do defensor público e a especialização de alguns tribunais para combater o crime económico ou a violência doméstica. Mas há mais propostas para mudar de futuro.

    "Acho que nunca tinha visto um partido tão mal preparado para uma campanha eleitoral. Certamente que há outra e melhor gente no PSD, mas remeteram-se ou foram remetidos ao silêncio. E, perplexo, o país pergunta-se se são estes , que só acumulam asneiras, disparates, ignorância e incompetência chocantes e até argumentam por palavrões e insultos, que querem mesmo governar Portugal." 
    Miguel Sousa Tavares, Expresso.

Dividocracia

"Dividocracia" é um documentário grego que aborda as causas e os efeitos da actual crise da dívida, propondo alternativas exequíveis. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Só nos saem ... truques!



Em suma: "trata-se apenas de optar entre coisas supérfluas, como cinema e pipocas. E não de escolher entre poder pagar a prestação da casa ou do carro, entre levar carne e fruta para casa, ou entre o manual escolar de matemática e o de português, de que os filhos necessitam. É tudo apenas uma questão de cinema e pipocas. Se por exemplo um indivíduo vai às putas, só tem que passar a decidir se quer entrar ou ficar cá fora a beber uma taça de vinho verde. Se não der para as duas coisas, o que é que prefere?"  
Comentário de Nuno Serra, em Ladrões de Bicicletas.

Porque o subsídio é um direito e não uma esmola!


NÃO NOS FALEM DE AUSTERIDADE, FALEM-NOS DE DIGNIDADE:
"Actualmente, num Centro de Emprego não se encontra emprego. Encontram-se fiscalizações sucessivas, propostas formativas muitas vezes desajustadas, encontra-se trabalho quase gratuito através dos contratos de emprego-inserção, encontram-se ameaças constantes de cortes nos subsídios. Mas não se encontra emprego. Somos pessoas livres e não aceitamos viver com o termo de identidade e residência que nos é imposto pelas apresentações quinzenais. 
Denunciamos a mentira que constitui a procura activa de emprego, porque, apesar de o procurarmos, sabemos que ele nos é recusado ou porque somos novos demais ou velhos demais, com qualificações a menos ou a mais, porque somos mulheres ou temos filhos.
Não aceitamos que sejam locais onde somos ameaçados, vigiados e fiscalizados como se não ter emprego fosse um crime que nos devesse ser imputado.
Neste país há 700 mil trabalhadores sem trabalho e que querem trabalhar. Confundir a excepção com a regra é, deliberadamente, querer imputar a responsabilidade de não ter trabalho a quem o perdeu ou a quem o procura. Não aceitamos a mentira e exigimos respeito".
É o povo pá! | Manifesto da 2.ª acção (Centros de Emprego).