terça-feira, 16 de novembro de 2010




(…) Um facto passa ao lado de todos nós. Mas é um facto importante, sobretudo para perceber as relações internacionais e os encontros do G-20 desta semana. O mundo não está em crise. Antes pelo contrário, de acordo com as últimas projecções do FMI, o PIB mundial vai crescer 4,5% em 2011. A economia do mundo vai acelerar ao ritmo mais rápido dos últimos 20 anos.

Onde está este crescimento? Antes de mais, vamos ver quem se estima vá crescer tão pouco como Portugal. As notícias são deprimentes. Dos 182 países considerados pelo FMI, as previsões, pré-orçamento, põem Portugal em 11.º lugar a contar do fim. Com a revisão em baixa do nosso crescimento por causa da contracção fiscal, Portugal corre mesmo o sério risco de ser o 3.º ou 4.º país do mundo a crescer menos em 2011. Pior que nós só a Grécia, a Venezuela e o Haiti.

No outro extremo, são 50 os países que vão crescer 5% ou mais. Sim, 50, e neles vive mais de metade da população mundial. Na China, onde vivem cerca de 20% dos seres humanos, o crescimento previsto é 10%; na Índia, onde moram outros 17%, o crescimento esperado é 8,6%. Mais próximo talvez do pensamento dos portugueses, o crescimento esperado em Angola é 7,7%, em Timor-Leste 7,5%, e em Moçambique 7%. O Brasil, que tem estado nas notícias portuguesas por causa das eleições onde se realçou a força da economia brasileira, vai crescer em 2011 4,8%. Não está sequer no top-50 mundial em taxas de crescimento. (…)

(…) Esta é uma tendência que já dura há alguns anos. Os países em desenvolvimento estão a crescer muito mais depressa do que os países ricos. A crise financeira internacional entre 2008 e 2009 afectou todos os países, mas daqui a umas décadas, quem olhar para a história destes anos vai provavelmente ver apenas uma breve pausa naquele que é um dos mais extraordinários períodos de redução da desigualdade no mundo. Ou, duma perspectiva mais pessimista, esta será talvez a década do declínio do ocidente.
Ricardo Reis, Jornal I.

4 comentários:

  1. E já agora como está o crescimento da Turquia?

    Afinal o que eles fazem que nós não fazemos?


    AL

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  2. É só comprarar:
    1 - liberdade de expressão;
    2 - direitos dos trabalhadores.

    Chegam estes 2?

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  3. 1 - liberdade de expressão em que grupo de imprensa, na do Balsemão ou na do Oliveira. 2 - direitos dos trabalhadores em que código do trabalho, no do Bagão ou no do Zarolho (Ministro da Economia) que direitos são esses que permitem a redução de salários.

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  4. Você é tão básico e tão ignorante que não tem condições para qualquer discussão séria.
    Aconselho uma visita á Turquia. E dpois fale das diferenças.

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