“No dia anterior à noite ele tinha-me batido (...) ele queria que eu saísse do emprego mas eu não quis (só lá havia mulheres). Mas acabei por dizer ao meu patrão que era o último dia que ia trabalhar. Trabalhava no escritório e levava sempre a minha filha comigo (...) pois tinha ciúmes de toda a gente (...) tive de me despedir. No sábado ele deu-me uma tareia, no domingo voltou-me a bater (...) eu continuei a fazer o almoço (...) fiquei com as costas negras de pontapés, deu-me murros e bateu-me com um pau. Na 2ª feira ele foi trabalhar, mas depois voltou para trás. Agarra a espingarda e coloca-a em cima da cama. Dormia com ela à cabeceira. Chegou também a comprar uma pistola. Disse-me: estás a vê-la, está ali, é para ti (...).
Eu vou para o quarto e sento-me em cima da cama a chorar. Não sei o que me passou pela cabeça, peguei na pistola e disparei (...) foi fatal. Tentei suicidar-me várias vezes. Fizeram-me sete lavagens ao estômago. Ele andava a dizer que me matava. Eu ainda lhe disse: querias-me matar, não querias, olha, agora mata-me também (...) ou era eu ou era ele”.
M., empregada num armazém de frutas, 23 anos.
A Assembleia de Freguesia de Marvila, na sua sessão ordinária de 7 de Abril de 2011, por proposta do Bloco de Esquerda, aprovou por unanimidade condenar todas as formas de violência doméstica, sexual e de género e recomendar ao executivo da freguesia a promoção de algumas iniciativas concretas para 2011. Veja-as aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.